O rátio dos EUA de rodovia versus ferrovia acho que é 40:1, ou seja, pra cada km de ferrovia tem 40km de rodovia.
O Brasil tem só 14km de rodovia por km de ferrovia.
(Ou o rátio é 25:1 e 7:1 respectivamente nos EUA e Brasil? Agora a memória falhou mas é uma diferença enorme assim, países ricos tem percentualmente MUUUUITO mais rodovia que ferrovia comparado ao Brasil, 300% a mais é muita diferença!)
Então esse investimento relativamente dosado já existe, tem pouca ferrovia simplesmente porque tem POUQUÍSSIMA rodovia, nunca houve investimento pesado em transporte nenhum, a legislação inclusive sempre ATRAPALHA a criação de hidrovias, não apenas o estado não ajuda como a legislação atrapalha.
País de dimensão grande só tem efeito em logística quando faz trajetos BEM longos, precisa ferrovia de 3000km, não uma mini-ligação de 30km entre porto e cidade, e fazer 3000km em qualquer país exceto a China é coisa pra décadas. O Brasil ficou décadas sem investir em ferrovias mas também ficou décadas sem investir DIREITO em rodovias, tem estado que nos anos 90 inteiros mal teve 1000km de asfalto, em década que só a cidade de SP deve ter feito 4000km de asfalto. Parece que houve predileção por asfalto mas na verdade foi se asfaltando vias pra ver se chegaríamos nos anos 60 ao nível de asfaltamento que os EUA ou a Europa estavam nos anos 20, no máximo essa concentração de investimento diminuiu atrasos, não TIROU atraso, ainda estamos atrasados pra caralho em matéria de rodovias (As ferrovias só estão no lugar errado, estão onde eram necessárias em 1940, não onde são necessárias em 2023), mas em percentual ou rátio temos sim um histórico ótimo de percentual investido em ferrovias. SE tivéssemos investido 40x, ou 25x, mais em rodovias, como os EUA fizeram, aí sim daria pra dizer que o Brasil fez lobby pesado pelo asfalto, mas olhando os ratios assim a impressão que dá é que fizemos o que todo pobre faz, investimos na solução que cabia no bolso, não na solução que em 20 ou 40 anos dará maior retorno, pobre tem que se preocupar com coisas mais imediatas.
Eu já vou mais além e digo que o principal problema é nosso modelo de indústrias enormes concentradas em poucas regiões.
Pra produtos muito complexos, não tem jeito, mas pra coisas como alimentos e vestuário, a gente poderia descentralizar a produção, incentivando os micro produtores e pequena indústria. Assim, as distâncias seriam encurtadas e os volumes de carga, reduzidos.
Aí iria precisar de menos transporte, e a logística ficaria muito mais facilitada.